quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Capitão Ricardo João Kirk: pioneiro, aviador e herói!

Exatamente nesse dia em que publico essa postagem, mas no ano de 1912, ou seja, há 113 anos atrás, o 1.º tenente do Exército Brasileiro Ricardo João Kirk obteve o seu brevet de piloto‑aviador na França, tornando‑se o primeiro oficial do Exército brasileiro a conquistar tal qualificação. 

Mas quem foi Ricardo João Kirk? Quem é essa pessoa que foi homenageada com o nome de uma rua em União da Vitória-PR e com o nome de uma praça no município de Porto União-SC?

No dia 23 de março de 1874, nascia em Campos dos Goytacazes-RJ um nome que entraria para a história da aviação militar brasileira: Ricardo João Kirk. Filho único do irlandês Richard Joseph Kirk e de Rita Fructuosa, ele cresceu com o espírito aventureiro correndo nas veias.

Aos 17 anos, em julho de 1891, Kirk se mudou para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e se alistou como voluntário no 10º Batalhão de Infantaria. Com dedicação e disciplina, conseguiu uma vaga na prestigiada Escola Militar da Praia Vermelha.

Logo no começo da carreira, teve seu “batismo de fogo” na Revolta da Armada. Ele atuou na linha de frente, tripulando o rebocador Audaz, que patrulhava a Baía de Guanabara, enfrentando os canhões rebeldes do morro de São Bento.

Seu desempenho chamou atenção. Tanto que, em 3 de novembro de 1894, foi promovido ao posto de alferes (oficial subalterno) por ato de bravura, por decreto do próprio presidente da República.

Mas a virada na sua trajetória viria anos depois, em agosto de 1908, quando foi transferido para o Parque de Aerostação do Exército, em Realengo-RJ. Lá, teve seu primeiro contato mais direto com balões de observação. Ali, nasceu uma nova paixão: voar.

Kirk era curioso, inquieto e tinha base sólida em engenharia. Isso lhe rendeu a oportunidade de estudar técnicas aeronáuticas no Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. O esforço valeu a pena: em 15 de setembro de 1910, realizou seu primeiro voo solo.


No mesmo ano, concluiu o curso de Aerostação Militar e, em março de 1911, foi promovido a 1º tenente. Àquela altura, já era uma das principais referências do Exército quando o assunto era aviação.

Ainda em 1911, passou a ter aulas de voo com o italiano Ernesto Darioli, e logo já estava voando sozinho. Kirk não parava. Foi um dos primeiros sócios do recém-fundado Aeroclube Brasileiro, em outubro daquele ano, e logo depois integrou a comissão que escolheu a área para o futuro campo de aviação do clube.

Em 1912, além de concluir um curso especial na Escola Militar de Realengo, onde se formou bacharel em Matemática e Ciências Físicas, Kirk embarcou para a França, autorizado pelo Ministro da Guerra, para se especializar em pilotagem na tradicional École d’Aviation d’Étampes.


O resultado? Um feito histórico: em 22 de outubro de 1912, ele retornava ao Brasil com o brevê de piloto aviador número 1089, tornando-se oficialmente o primeiro piloto militar do Exército Brasileiro com certificação internacional.

Mais do que um marco pessoal, esse momento representou um divisor de águas na história da aviação brasileira. Kirk não queria apenas voar — ele queria levar o Exército junto com ele para os céus.

Durante a Campanha do Contestado o Brasil viveu um momento histórico: foi a primeira vez que a aviação foi usada em operações militares no país.

O responsável por isso? Tenente Ricardo João Kirk, que foi convocado a pedido do General Setembrino de Carvalho, comandante das forças legais que combatiam os rebeldes da região. O Ministério da Guerra não pensou duas vezes: autorizou o envio de Kirk, junto com aviões e todo o equipamento necessário para levar o Exército aos céus.


Em setembro de 1914, Kirk chegou ao sul do país como comandante do recém-criado Destacamento de Aviação. Entre suas tarefas estavam a montagem dos aviões, a adaptação ao terreno hostil e a construção dos primeiros campos de aviação em campanha da história militar brasileira — feitos do zero, em plena zona de conflito.




Ao centro do aeródromo improvisado, estava o “Para-Sol”, aeronave pertencente ao Ministério da Guerra. Esse avião foi tristemente sinistrado em 25 de fevereiro de 1915.

Já nos dois hangares laterais estavam os famosos Morane-Saulnier, batizados de “Guarany” e “Iguassu”. Essas duas aeronaves de fabricação francesa foram utilizadas no histórico voo de 1º de março de 1915.

No dia 19 de janeiro de 1915, ele escreveu seu nome na história: realizou o primeiro voo militar de combate do Brasil, sobrevoando a região com a missão de reconhecimento aéreo. O feito foi ousado e extremamente arriscado — a bordo de aviões frágeis, sem instrumentos modernos, em condições climáticas difíceis e com visibilidade praticamente zero.

E foi justamente o clima o maior inimigo da missão seguinte. Em 1º de março de 1915, estava previsto o primeiro bombardeio aéreo do país, planejado pelas Forças Federais. Mas, durante o voo, as nuvens baixas e o mau tempo fizeram o avião de Kirk perder estabilidade.

Mesmo com o risco, ele recusou-se a voltar. Tentou um pouso forçado em uma clareira no meio da mata. O avião não respondeu bem à manobra e se chocou contra a vegetação. Kirk foi arremessado para fora da aeronave e não resistiu. Morreu aos 40 anos, em missão.

O acidente ocorreu na estrada que liga União da Vitória a Caçador, no km 42, próximo ao Rio Jangada. O trabalhador Ricardo Pohl foi o primeiro a chegar ao local e, com dormentes de ferrovia, construiu uma cruz simples com a inscrição: “Aqui faleceo de desastre o aviador Kap. Ricardo Kirquen – 1º de Março de 1915”. Essa cruz rústica permanece no local até hoje, lembrando o primeiro acidente fatal de um aviador brasileiro.

Sua morte precoce foi um golpe duro para os planos de implantação da aviação militar no Brasil. Kirk era mais que piloto — era um entusiasta da tecnologia, um visionário. Mas seu ideal não morreu com ele.

Quatro anos depois, em 1919, o Brasil finalmente criava sua Aviação Militar oficialmente, com a fundação da Escola de Aviação Militar no Campo dos Afonsos (RJ), por meio do Decreto nº 13.451.

Esse passo foi fortemente influenciado por tudo que Kirk iniciou. A chegada, em 1918, da Missão Militar Francesa de Aviação — conhecida como "Pequena Missão" — ajudou a colocar de pé o que ele havia sonhado: formar os primeiros pilotos, mecânicos, observadores e técnicos da aviação do Exército Brasileiro.

Em outubro de 1943, os restos mortais de Ricardo Kirk foram transladados para o Mausoléu dos Aviadores, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Em 1996, foram transferidos para um monumento em sua homenagem no Comando de Aviação do Exército, em Taubaté, SP.

Em 1980 a prefeitura de General Carneiro-PR construiu uma estrutura de concreto armado simbolizando o avião de Kirk ao redor da cruz de dormentes que havia sido colocada pelo trabalhador Ricardo Pohl.


Posteriormente, em 1996, houve uma nova transferência agora para um monumento em sua homenagem no Comando de Aviação do Exército, em Taubaté-SP. Atualmente, os restos mortais de Kirk repousam no "Forte Ricardo Kirk", localizado no Comando de Aviação do Exército, em Taubaté, onde são celebrados como símbolo do pioneirismo na aviação militar brasileira.



Em 10 de março de 2002, o Comando de Aviação do Exército Brasileiro instalou um busto de bronze do capitão Ricardo João Kirk no local do acidente que vitimou o pioneiro da aviação militar brasileira em 1915. O busto foi erguido como parte das homenagens ao aviador, que também é patrono da Aviação do Exército. A cerimônia contou com a presença de autoridades militares e civis, além de representantes da comunidade local. O monumento está localizado às margens da rodovia entre União da Vitória e General Carneiro, no Paraná, próximo à Cruz do Aviador, que marca o local do acidente.


Em 12 de setembro de 2015, em Porto União-SC, em uma cerimônia marcada por emoção, história e reconhecimento, foi inaugurada oficialmente a Praça Capitão Ricardo João Kirk, localizada na Avenida Expedicionário Edmundo Arrabar, no bairro Santa Rosa, em frente ao 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado (5º BE Cmb Bld), em Porto União (SC).


A solenidade, que ocorreu às 10h, contou com a presença de autoridades civis e militares, além de representantes da comunidade acadêmica. O evento celebrou os 98 anos de Porto União e também marcou o Centenário do primeiro acidente aéreo militar das Américas, ocorrido em missão, durante a Guerra do Contestado — tragédia que vitimou o capitão Ricardo João Kirk, um dos pioneiros da aviação militar brasileira.


A iniciativa foi uma parceria entre a Prefeitura de Porto União, o 5º BE Cmb Bld e a Universidade do Contestado (UnC), e integrou o calendário de eventos comemorativos do município.

Além das homenagens em monumentos e praças, o legado de Ricardo João Kirk também está presente no cotidiano da cidade de União da Vitória-PR, mais especificamente no Bairro Nossa Senhora da Salete, Distrito de São Cristóvão, onde uma rua leva seu nome — uma forma simbólica de manter viva a memória do pioneiro da aviação militar brasileira entre os moradores e visitantes da região.


No entanto, é importante destacar que, apesar da homenagem oficial, o nome da rua ainda aparece de forma incorreta em algumas plataformas digitais, como o Google Maps. Enquanto o correto seria “Rua Capitão Ricardo João Kirk”, o nome exibido atualmente não corresponde à grafia adequada. A  Prefeitura e a Câmara Municipal de União da Vitória já corrigiram oficialmente essa situação nos registros locais. Agora, resta apenas a atualização nos serviços online de geolocalização, para que a homenagem seja refletida corretamente também no ambiente digital — um passo essencial para preservar com precisão a memória desse importante personagem da nossa história.

A importância de Ricardo João Kirk não se limita ao pioneirismo técnico ou à coragem individual. Seu papel foi tão marcante que passou a ser objeto de estudos históricos que resgataram e aprofundaram sua contribuição à aviação militar brasileira. Entre os autores que se dedicaram a essa missão, destaca-se o pesquisador Nilson Thomé, cujas obras analisam com riqueza de detalhes o contexto da Guerra do Contestado e a participação decisiva de Kirk nesse episódio.

Em sua obra pioneira A Aviação Militar no Contestado – Réquiem para Kirk (1986), o historiador Nilson Thomé explora o uso inicial da aviação militar brasileira na campanha da região contestada, discutindo, entre outros aspectos, a atuação e o sacrifício do 1.º tenente Ricardo João Kirk — considerado o primeiro piloto militar brasileiro a operar em zona de conflito. 


No livro Gaviões do Governo no céu Contestado (2010), Nilson Thomé realiza uma análise aprofundada da participação da aviação militar durante a Guerra do Contestado (1913‑1916), ampliando seus estudos anteriores sobre o tema. A obra vincula diretamente o pioneirismo da aviação do Exército Brasileiro com os combates na Região do Contestado, destacando, dentre outros aspectos, o papel do tenente Ricardo João Kirk como símbolo inaugural desse processo.


Ricardo João Kirk não foi apenas o primeiro piloto militar do Exército Brasileiro — foi o primeiro a acreditar que os céus também podiam ser campo de defesa e progresso nacional. Sua trajetória uniu bravura, inovação e um ideal que ultrapassou os limites da própria vida.

Hoje, 113 anos após conquistar seu brevê na França, seu nome continua ecoando em ruas, praças, livros e monumentos, mas principalmente na memória de uma nação que aprendeu a voar com seu sacrifício.

Mais do que um herói do passado, Kirk é uma inspiração para o presente e para o futuro — um símbolo de coragem, pioneirismo e do eterno desejo humano de ir além. Que sua história continue sendo contada, celebrada e, acima de tudo, lembrada.

Fontes de pesquisa:

EXÉRCITO BRASILEIRO. Aviação do Exército comemora os 150 anos do patrono Ricardo Kirk. Notícias – Exército Brasileiro, Taubaté (SP), 19–22 mar. 2024. Disponível em: https://www.eb.mil.br/web/noticias/w/aviacao-do-exercito-realiza-semana-de-atividades-em-comemoracao-aos-150-anos-do-patrono-ricardo-kirk. Acesso em: 19 out. 2025.

FORTE. 23 de Março – O Dia da Aviação do Exército. Forças Terrestres – Forte.jor.br, 22 mar. 2025. Disponível em: https://www.forte.jor.br/2025/03/22/23-de-marco-o-dia-da-aviacao-do-exercito. Acesso em: 19 out. 2025.

FORÇA AÉREA. Aviação do Exército celebra 150 anos do seu patrono Capitão Ricardo Kirk. ForçaAérea.com.br, 23 mar. 2024. Disponível em: https://forcaaerea.com.br/aviacao-do-exercito-celebra-150-anos-do-seu-patrono-capitao-ricardo-kirk. Acesso em: 19 out. 2025.

DEFESA TERRESTRE & NAVAL. 23 de Março: Dia da Aviação do Exército. Defesa Aérea & Naval, 23 mar. 2022. Disponível em: https://www.defesaaereanaval.com.br/aviacao/23-de-marco-dia-da-aviacao-do-exercito. Acesso em: 19 out. 2025.

FACEBOOK. Amigos de Ricardo Kirk. Página no Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/amigosdericardokirk. Acesso em: 19 out. 2025.

YOUTUBE. Vídeo sobre Ricardo Kirk [vídeo]. YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LC9YfUvobCI&t=25s. Acesso em: 19 out. 2025.

FACEBOOK. Cruz do Aviador. Monumento em Homenagem ao Capitão Ricardo João Kirk. Perfil no Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/profile.php?id=100069064796168. Acesso em: 19 out. 2025.

RBJ. Primeiro piloto a morrer no Brasil será homenageado em Gal. Carneiro. RBJ.com.br. Disponível em: https://rbj.com.br/primeiro-piloto-morrer-brasil-sera-homenageado-em-gal-carneiro. Acesso em: 19 out. 2025.

FERREIRA, Avelino. Homenagem: Kirk receberá Brigada da Aviação do Exército. Blogspot, 2015. Disponível em: https://ferreiraavelino.blogspot.com/2015/04/homenagem-kirk-recebera-brigada-da.html. Acesso em: 19 out. 2025.

CANAL PILOTO. Conto: A aviação no Contestado. CanalPiloto.com.br. Disponível em: https://canalpiloto.com.br/conto-aviacao-contestado/. Acesso em: 19 out. 2025.


quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Portal Turístico José Tarlombani


O Portal Turístico na entrada de nossa cidade tem nome, você sabia?


Já fiz uma postagem dele sendo construído aqui anteriormente:

http://ondeficaportouniao.blogspot.com/2012/01/que-estruturas-sao-essas.html


.

Foi inaugurado em dezembro de 2003 na administração do prefeito Eliseu Mibach e em 2011 foi sancinada a seguinte Lei Municipal:

LEI Nº 3.951, de 30 de novembro de 2011. 

Denomina de José Tarlombani o Portal da entrada do Município de Porto União. 

O Prefeito Municipal DE PORTO UNIÃO, Estado de Santa Catarina, faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

Art. 1º Fica denominado de José Tarlombani o Portal localizado na entrada do Município de Porto União. 

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua assinatura, condicionada sua validade à publicação no DOM/SC. 

Porto União (SC), 30 de novembro de 2011. 


RENATO STASIAK 

Prefeito Municipal 


ROBERTO BONFLEUR 

Secretário Municipal de Administração Esporte e Cultura


A presente lei foi publicada no Diário Oficial dos Municípios de Santa Cataria e que pode ser acessado através do seguinte link: https://www.diariomunicipal.sc.gov.br/site/?r=site/acervoView&id=179234

Justificativa anexa à Lei:

José Tarlombani nasceu aos dezessete dias do mês de março de um mil novecentos e cinco, no Bairro de Santa Rosa, em Porto União – SC.

Filho de Vitório Tarlombani, natural da Itália, que foi um dos primeiros moradores de Porto União, e de Eudóxia Tarlombani, natural da Áustria.

Casou-se com Ana Alikexeveski Tarlombani aos dezessete dias do mês de julho de um mil novecentos e trinta e sete, na Igreja Matriz de Porto União. Desta união o casal teve duas filhas: Divahyr, casada com Santiago Carneiro Bueno e Terezinha Evani, solteira.

Logo após a união matrimonial, o casal foi residir na Comunidade do Pintado, iniciando a colonização neste local.

O casal deu impulso na construção da primeira Capela da comunidade, pois no dia da primeira festa realizada para este fim choveu, então foi terminada a realização da festa na pequena casa do casal Tarlombani.

José Tarlombani ajudou e lutou para que fosse construída a escola da comunidade, em cujo prédio funcionam regularmente as aulas até hoje.

Trabalhou trinta anos no DER, no trecho da Estrada de Rodagem que vai do Pintado a São Miguel da Serra.

Seu José conhecia todos os recantos do seu querido Município de Porto União e contava a sua história com uma lucidez impressionante.

Faleceu aos seis dias do mês de maio de um mil novecentos e noventa e dois, na sua querida comunidade do Pintado, a qual teve a felicidade de iniciá-la e ajudar no seu desenvolvimento.

Ele já foi pintado de tons de aul anteriormente:






quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Km 13 (Reprodução)

Esse post é uma reprodução do Post feito no instagram originalmente no perfil Mergus Projetos e Desenvolvimento  para conferir a postagem original clique aqui.

 O que uma ferrovia e uma Pedreira têm em comum?...


Pedras!
Mas a Ferrovia do Contestado e a Pedreira do KM 13 compartilham muito mais que isso.

E para entender essa história precisamos voltar aos tempos da Guerra do Contestado, que aconteceu entre 1912 e 1916. Nesse período surgiu a Ferrovia que liga o Estado de São Paulo ao do Rio Grande do Sul, que depois ficou conhecida como Ferrovia do Contestado no trecho que passa dentro do Estado de Santa Catarina.

A Ferrovia continuou funcionando até que em meados dos anos 1940 o traçado antigo estava muito ultrapassado para que os trens modernos subissem sem maiores dificuldades a Serra da Taquara Verde em Porto União. A decisão tomada foi a de criar um novo caminho para os trens, e assim nasce a Variante São João, finalizada em 1949.

Ela é um trecho de ferrovia que circunda o morro São João na serra entre Porto União e Matos Costa e a Pedreira está ao lado dos trilhos, no 13º quilômetro da Variante, daí o nome Pedreira do KM 13.

Um dos problemas enfrentados foi o da passagem do rio Pintadinho e do córrego Tapuan no traçado onde os trilhos seriam construídos. A solução foi a construção da ponte sobre a cachoeira do rio Pintadinho e uma galeria para que as água do arroio Tapuan pudessem escoar.


Por fim o último grande obstáculo: o basalto. Para que a ferrovia fosse construída, foi necessário fazer um corte na pedra para que os trilhos passassem.

Tudo isso culminou em cenários únicos e surpreendentes!

E qual o motivo da Pedreira ter sido fundada ali?

Justamente por causa da presença do basalto. E assim temos uma pedreira ao lado de uma ferrovia, o que é muito conveniente, já que o material que vai necessariamente por debaixo dos trilhos de qualquer ferrovia é ... brita!
Na verdade, não sabemos ao certo se a exploração do basalto começou para alimentar a construção da Variante São João ou só depois daquele trecho estar pronto.

Fato é que hoje a Pedreira do KM 13 nos presenteia com paisagens lindas e uma história muito rica. Vale lembrar também que o funcionamento da pedreira envolveu muitos trabalhadores e suas famílias. 

A Pesquisa histórica sobre a Pedreira e os movimentos que ela gerou, tanto econômicos quanto geográficos, reúne relatos de ex-moradores da comunidade do KM 13 e estudos de documentação, realizados na Biblioteca Pública do Paraná, - onde estão alguns dos relatórios da viação “São Paulo Rio Grande” e no 5º Batalhão de Engenharia de Combate de Porto União.

Reforçando que esse texto é uma cópia da postagem feita no perfil Mergus Projetos e Desenvolvimento  para conferir a postagem original clique aqui. Qualquer reprodução desse trabalho, os devidos créditos devem ser dados ao seu criador.







Imagens extraídas da postagem original feita no perfil Mergus Projetos e Desenvolvimento  para conferir a postagem original clique aqui. Qualquer reprodução desse trabalho, os devidos créditos devem ser dados ao seu criador.

Já postei sobre o Km 13 aqui anteriormente nas postagens:

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Cine Theatro Palácio

Segue mais um documento de interesse histórico, por tratar-se do Cine Theatro Palácio, extraído do registro no Livro nº 10, Resoluções e Portarias 1917 - 1927, na  folha 65.


(Transcrição)
Resolução nº 34

O Conselho Municipal de Porto União resolve:

Art. 1º Fica isento do imposto de Decima Urbana, pelo prazo de trez annos, o prédio sito á Praça Hercilio Luz, onde funciona o Cine Theatro Palacio.

Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.

Porto União, 13 de abril de 1927.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Calçamento das Ruas de Primera e Segunda Ordem

Seguindo com a série de postagens sobre os Livros de Lei de Porto União, segue transcrição e imagem extraída do "Projecto de Lei nº84" do registro no Livro nº 10 - Resoluções e Portarias 1917 - 1927, no verso da folha nº 41.

 (transcrição) 
Projecto de Lei nº 84


O Conselho Municipal de Porto União decreta:

Art. 1º O calçamento das ruas da Cidade, será feito à medida do desenvolvimento da mesma, classificando-se para esse fim as ruas em primeira e segunda ordem.

“ 2º São ruas de primeira ordem as denominadas: Prudente de Moraes, 7 de Setembro, 15 de Novembro, Coronel Bellarmino e Mattos Costa, sendo de segunda ordem as demais ruas.

Art. 3º O Calçamento das ruas de primeira ordem será feita a medida de sua necessidade principiando pelas ruas Prudente de Moraes e partes das ruas 7 de Setembro e 15 de Novembro.

“ 4º Todos os proprietários de prédios em terrenos são obrigados ao pagamento do calçamento, pelo seu custo, orçado no máximo em R$ 12$000 por metro quadrado, na área correspondente a frente do respectivo terreno até ao meio da rua.

Art. 5º Este pagamento poderá ser feito pelos proprietários que o não poderem fazer de uma só vez, em prestações semestraes pelo prazo de 6 annos, com o juro de 10% ao anno.

“ 6º Revogam-se as disposições em contrário.

Porto União, 11 de abril de 1927.

(Ass) R. Garrido Portella
  Arthur Caeser Junior


quarta-feira, 13 de maio de 2020

Cria o 7º Distrito de Paz de Santa Cruz

Seguindo com a série de postagens sobre os Livros de Lei de Porto União, segue transcrição e imagem extraída do "Projecto de Lei nº74" do registro no Livro nº 10 - Resoluções e Portarias 1917 - 1927, no verso da folha nº 60 e folha 61.

 (transcrição) 
Projecto de Lei nº 74

O Conselho Municipal de Pôrto União decreta:

Art. 1.° Fica creado o 7.º Districto de Paz que terá denominação “Santa Cruz” com sua sede no povoado à margem esquerda do rio Timbó, com as seguintes divisas:
A partir do Rio Timbó no ponto da linha que divide a colônia São Pedro, com as fazendas dos Carneiros, e descendo o Rio Timbó até encontrar o ponto da linha divisória da Colônia Santa Cruz com a Fazenda do H. E. Walden e subindo, por esta linha até a divisa da fazenda do Serafin Portes e por esta até encontrar a divisa da colônia Maratá e por esta divisa até encontrar com o rio dos Pardos e subindo por este acima até encontra a divisa a margem direita do mesmo rio, das Fazendas dos Carneiros e seguindo por esta linha até seu ponto de partida.

2º Revogam-se as dispozições em contrario

Sala das Sessões do Conselho Municipal de Porto União, 10 de Julho de 1926

João Clausen

 

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Autoriza Fazer Doação de Um Sino para a Igreja Matriz de Porto União

Seguindo com a série de postagens sobre os Livros de Lei de Porto União, segue transcrição e imagem extraída do "Projecto de Lei nº63" do registro no Livro nº 10 - Resoluções e Portarias 1917 - 1927, na folha nº 47.

 (transcrição) 
Projecto de Lei nº63


O Conselho Municipal de Porto União decreta:


Art. 1º Fica o Sr. Superintendente Municipal autorizado a fazer doação de um sino para a Igreja Matriz desta Cidade.

Art. 2º Essa doação da quantia  de R 2:000$000 (dois contos de reis) em moeda papel e entregues ao vigário da Parochia.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Salla das Sessões do Conselho Municipal de Porto União em 21 de julho de 1924.

Arlindo Silveira 

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