terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Origem do nome Legru e Estação Legru

Esta é a primeira de uma série de postagens com assuntos relevantes sobre a história de Porto União, de autoria do meu amigo, Sr. Odilon Muncinelli, publicados na sua coluna Milho no Monjolo no Jornal O Comércio. Fui autorizado a publicar neste blog a informação e estou citando a fonte, peço que quem utilizar essa informação, total ou parcialmente, faça o mesmo, cite a fonte!


COLÔNIA LEGRU
Porto União faz Cem Anos. Conheça um pouco mais da sua vasta História. O banqueiro francês Hector Legru era o principal sócio de Percival Farquhar na Brazil Railway Company, uma empresa ferroviária. Participou da construção do Trecho Sul da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande do Sul, entre 1906 a 1918. Porém, nunca esteve no Brasil e muito menos em Santa Catarina. No entanto, mesmo assim, a Brazil Railway Company nominou de Hector Legru, duas estações ferroviárias no Brasil. Uma delas, em Santa Catarina, no Município de Porto União. (Mais tarde, mudou de nome para Engenheiro Mello. No entanto, a localidade continua com o nome de Colônia Legru). Daí, o nome da Colônia Legru. Anotação: A Colônia Legru foi formada por imigrantes poloneses. Situa-se a 8 km mais ou menos da cidade. Possui Escola Isolada, edificada em terreno doado pela Companhia Colonizadora Hacker, em 1918. De início, Matias Delay foi o primeiro professor. Depois, as Irmãs Catequistas. E, mais tarde, as professoras normalistas de Porto União. No começo, a Escola também servia de Igreja. Santo Antônio é o seu Padroeiro.

Beira do Iguaçu, Março de 2016.
Odilon Muncinelli é Membro da ALVI e do IHGPr.

Segue abaixo outro texto que corrobora a informação, publicado no site Estações Ferroviárias do Brasil:

ESTAÇÃO DE ENGENHEIRO EUGÊNIO DE MELLO
Município de Porto União, SC
linha Itararé-Uruguai - km 526,971 (1936)           SC-0587
Altitude:           Inauguração: 30.04.1908
Uso atual: demolida           sem trilhos
Data de abertura do prédio atual: n/d (já demolido)



HISTORICO DA LINHA: A linha Itararé-Uruguai, a linha-tronco da RVPSC, teve a sua construção iniciada em 1896 e o seu primeiro trecho aberto em 1900, entre Piraí do Sul e Rebouças, entroncando-se em Ponta Grossa com a E. F. Paraná. Em 1909 já se entroncava em Itararé, seu quilômetro zero, em São Paulo, com o ramal de Itararé, da Sorocabana. Ao sul, atingiu União da Vitória em 1905 e Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul, divisa com Santa Catarina, em 1910. Trens de passageiros, inclusive o famoso Trem Internacional São Paulo-Montevideo, este entre 1943 e 1954, passaram anos por sua linha. Os últimos trens de passageiros, já trens mistos, passaram na região de Ponta Grossa em 1983. Em 1994, o trecho Itararé-Jaguariaíva foi erradicado. Em 1995, o trecho Engenheiro Gutierrez-Porto União também o foi. O trecho Porto União-Marcelino Ramos somente é utilizado hoje eventualmente por trens turísticos de periodicidade irregular e trens de capina da ALL. O trecho Jaguariaíva-Eng. Gutierrez ainda tem movimento de cargueiros da ALL. A variante Jaguariaíva-Fabio Rego foi aberta em 1964 e foi desativada em 1993/4 juntamente com o trecho Itararé-Jaguariaíva, tendo os trilhos arrancados.

A ESTAÇÃO: A estação de Engenheiro Eugênio de Mello foi inaugurada em 1908. O seu nome original era Legru. A data oficial é a de 30 de abril desse ano. Uma notícia veiculada no jornal O Estado de S. Paulo de 16/5/1908 informava essa inauguração. Notícia atrasada em um mês e meio? Nessa época, era possível que sim.

Hector Legru foi o banqueiro francês - e não belga, como muitas vezes aparece - que era um dos sócios de Percival Farquhar na Brasil Railway Co..

Em 1925, a estação passou a se chamar Engenheiro Eugênio de Mello, um dos engenheiros da ferrovia.

Em 1950, foi entregue em local diferente do da estação original uma estação que substituiria a antiga, mas já na variante do morro de São João, entre Porto União e Matos Costa. A velha estação foi desativada e demolida.

"Consegui encontrar os vestígios da estação velha, porém, com a ajuda de um senhor do local. Sem isso, jamais o teria. O local imediatamente atrás da estação foi totalmente desfigurado durante a enchente de 1983. A grande depressão que pode ser vista entre a parte alta e o meu carro, estacionado lá atrás, era uma enorme parte plana que foi levada pelas águas. A coisa foi terrivel. A parte intocada, que pode ser reconhecida na foto antiga (1a à esquerda, abaixo), é a elevação onde estão as casas. Na foto que lhe mandei há algum tempo atrás, o trem está subindo a serra para Mattos Costa. É interessante que poucos conhecem a estação e o próprio local como Mello. O nome forte ainda é Legru" (Nilson Rodrigues, 02/01/2005).



AO LADO: Autorização para mudança de nome da estação (O Estado de S. Paulo, 21/5/1925).

(Fontes: Arthur Wischral; Nilson Rodrigues; ABPF-Paraná; O Estado de S. Paulo, 1925)

Estações Ferroviárias do Brasil é uma página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom Dinarte. Parabens pela materia

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